O eco do Ecce

Homo ludens nem tão sapiens

Li Macedo
1 min readSep 1, 2022

Fareje toda a nitidez, soterrada, sob os livros;
Resgate a essência de ser, amalgamada no acrílico;

Use para arrefecer o ferro vivo, sob o brilho;
Profira o seu parecer sobre o morto, tão sem trilho;

Veja o povo Congolês: deslocado, sem abrigo;
Compare com o Polonês: escravizado, exaurido;

Espere, vou já lhe dizer qual a trama desse circo:
A mancha no linho detém as amarras. Nós cativos.

Escute toda a robustez do pleonasmo, morto aos gritos;
Prove a viva insensatez do sarcasmo. Irrestrito.

Sinta nossa pequenez ante aos falhos, indecisos;
Creia, ao menos cada vez, nos julgados. Perecíveis.

Plante o que se pode ser no marasmo do granito;
Espere até florescer o descaso. Hibridismo.

Não pense que a muda não vê quem é joio e se diz trigo.
Use da força, talvez. São divinos os seus ritos.

Eis que pergunto a você: para onde estamos indo?

Eu mesma respondo porque…
Sempre há eco num abismo.

Sempre há eco num abismo.

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