Tudo resiste.
Um pouco tosco.
Sem arcabouço.
Haja requinte!
Tudo persiste.
O troco é pouco.
O sono: esboço.
Quem disse triste?
Século vinte.
Desata o choro.
Restou um osso.
Dê um palpite.
Alguém me disse:
adore o novo.
Achei desgosto.
Por que insistes?
Mas que chatice.
Aceite o logro.
Adore o ogro.
Coma o alpiste.
Copie e filtre.
Mate por ouro.
Espanque o louco.
Seja só isso.
Um absurdo.
Sedento e surdo.
Com medo de tudo
o que ainda existe.
Viu o convite?
Chegou faz pouco.
Diz: para bobos.
Festa de elite.
Só para vips.
O ingresso, um roubo.
Público: morto.
Nossa, que chique!
Não dê chilique.
Mostre seu corpo.
Aceite o pouco.
Viva num clique.
Retoque e pinte
o fato novo.
Dane-se o outro.
Assim se vive.
Peça um delivery.
O maior combo.
Amor aos poucos.
Amigos líquidos.
Para que limites?
Sinta esse gosto
tão saboroso:
o doce nada
que em tudo existe.
Aceita pix?