Red Bull não dá Asas…

Li Macedo
2 min readMar 3, 2024

No máximo, vende entradas.

Íntimas ações,
penalidades máximas.
Depenadas execuções,
escanteio nas jogadas.

Estava morta
a pobre bola
ferozmente
arremessada?

Atravessou a rede,
sangrou no entrave.
Restaram dúvidas se o ato
foi de fato intencional.

O lance descomedido,
—como sempre
pouco entendido—
pagando de irracional.

Premeditada
Ação sem asas?

Testemunho incerto,
Ninguém sóbrio por perto.

Ao que se sabe,
Ao IML chegou pelada.

Cena do crime
bem desenhada.
Do alto a torcida vaia.
E a chama de Animal.

Jogo vendido,
Apostas falsas.

Polícia? Qualquer perícia?
Pipoca na arquibancada.

Relato crível?
Um grito audível?
Só se for de Carnaval.

Ao que tudo indica,
caiu na rede é Gol.
Se era peixe ou qualquer gente,
ninguém observou.

Ninguém ofende o juiz
ou questiona a carteirada.
Enfático verde-amarelo
se esvai em manchas avermelhadas.

Sentença?
Como sempre: fálica.

Morreu apática
a lata com raiva amassada.

Estateladas migalhas
encontradas pelo porteiro.

Agora me digam,
pseudo-zagueiros:

Culpado é o touro
por seus hormônios?

Ou somos nós
— com sede de couro,
afogados em ouro —
os nobres toureiros?

Paga-se o preço
por velhas faltas.
Envasa-se o novo
em falsas mortalhas.

Alguém aí aumenta o som?

A narrativa foi conspurcada..

Pega logo esse controle
que segue inerte
— eternamente débil —
o milenar torneio.

Por que as vacas
precisam ser malhadas?

Porque o chifre sempre justifica os meios.

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